Homoerotic poetry

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The rain outside was cold in Hadrian's soul.

The boy lay dead
On the low couch, on whose denuded whole,
To Hadrian's eyes, whose sorrow was a dread,
The shadowy light of Death's eclipse was shed.

The boy lay dead, and the day seemed a night
Outside. The rain fell like a sick affright
Of Nature at her work in killing him.
Memory of what he was gave no delight,
Delight at what he was was dead and dim.

O hands that once had clasped Hadrian's warm hands,
Whose cold now found them cold!
O hair bound erstwhile with the pressing bands!
O eyes half-diffidently bold!
O bare female male-body such
As a god's likeness to humanity!
O lips whose opening redness erst could touch
Lust's seats with a live art's variety!
O fingers skilled in things not to be told!
O tongue which, counter-tongued, made the blood bold!
O complete regency of lust throned on
Raged consciousness's spilled suspension!
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(Fernando Pessoa wrote this poem in English)

* * *
A chuva fora era fria n'Alma de Adriano.

Jaz morto o jovem
No baixo coxim, e na sua plena nudez,
Aos olhos de Adriano, cujo pesar era pavor,
A crepuscu-luz do eclipse morte derramava-se.

Jaz morto o jovem e o dia como era noite
Lá fora. Caia a chuva, mórbido tormento
Da natura no ofício de matá-lo.
Lembrança do que ele era já não dava prazer,
Prazer que ele fôra estava morto e fosco.

Oh mãos que já enlaçaram as de Adriano ardentes,
Cuja frieza agora as sente frias!
Oh cabelos outrora atados por faixas!
Oh olhos de meio-tímida audácia!
Oh corpo, liso qual femea, masculino
Se assemelhando um deus à humanidade!
Oh lábios cujo róseo entreabrir podia tocar
Tronos da volúpia com variações de arte viva!
Oh dedos destros em coisas que não se diz!
Oh língua que, outra tocando, tornava o sangue audaz!
Oh total regência da luxuria entronizada
Na vertida suspensão da consciência irada!
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